Por alvará desta data, firmado em Almeirim por El Rei D. Sebastião, recebem os moradores de Castelo de Vide a mercê do privilégio de pagar as sisas dos panos da Vila, que lhes são dadas por encabeçamento em duas prestações anuais, uma pelo São João e outra pelo Natal.
Manda El-Rei dar ao recebedor da Sisa dos Panos da vila de Castelo de Vide cinco mil reais de mantimentos que, por falecimento de Manuel Rodrigues, vagara. Esta provisão é dada da cidade de Évora.
Perde o concelho de Castelo de Vide a prerrogativa de nomear tabeliães do público e judicial, julgado dos órfãos e seu respectivo escrivão, assim como o da Câmara e almotaçaria. Passou para a jurisdição real o que veio a dar os Juízes de Fora.
No Auto de Fé, que neste dia se realizou em Évora, estando presente o jovem Rei D. Sebastião e seu tio o Cardeal D. Henrique, figurava entre os sentenciados Simão Pais, cristão-novo, natural de Castelo de Vide.
Comparece perante o Tribunal da Santa Inquisição de Évora a cristã-nova Violante Pinto, casada com Pero Henriques, ambos naturais de Castelo de Vide.
Comparece perante o Tribunal do Santo Ofício de Évora a cristã-nova Violante Rodrigues, viúva de Rodrigo Brandão, ambos de Castelo de Vide.
É presa Violante Alvares, cristã nova, moradora em Castelo de Vide, mulher de Jorge Nunes, mercador, que veio a ser condenada por heresia e apostasia a ser queimada. A sentença foi executada em Évora.
É concedido a Castelo de Vide o privilégio, por o termo ser pequeno, e pesado o encargo, de os lavradores não serem obrigados a possuírem éguas fantis, ou de criação, que as leis que desde D. Fernando se vinham publicando, impunham para dotar o País de bons cavalos de guerra.
O Cardeal-Rei D. Henrique nomeia D. João de Mascarenhas, o célebre herói de Diu e alcaide - mor e fronteiro de Castelo de Vide, membro da junta de regência que havia de governar o reino após a sua morte, que sentia próxima.
Comparece perante o Tribunal do Santo Ofício de Évora a cristã-nova Violante Rodrigues, natural de Castelo de Vide, casada com Diogo Rodrigues, boticário, preso em Évora, de mãos atadas, acusando, entre outros, o licenciado Garcia Lopes.
Violante Lopes Branquita, cristã-nova, mulher de Afonso de Cáceres, já falecido, moradora em Castelo de Vide, é presa por heresia. Foi depois condenada a ser queimada, sendo confiscados os seus bens. Assim foi resolvido por acórdão de 10 de Dezembro de 1581. A sentença cumpriu-se.
Mais uma vez se lavra sentença favorável a Castelo de Vide, na defesa dos seus privilégios de vila realenga e isenta do serviço militar fora da praça, ou em hostes que não estivessem sob o comando de El-Rei ou de seu filho.
É desta data a provisão dos Governadores do Reino que mandou abrir devassa sobre os que arruinavam o cano da fonte do Rossio de Castelo de Vide, para seu uso particular.
D. João de Mascarenhas, o célebre herói defensor de Diu, alcaide-mor e fronteiro de Castelo de Vide, membro da Regência do Reino por morte do Cardeal D. Henrique, faz testamento em Elvas, legando trinta mil réis à Misericórdia de Castelo de Vide.
Por alvará de Filipe I, e face à reclamação apresentada pelos procuradores de Castelo de Vide, manda o Rei que nenhum tabelião, juiz, escrivão dos órfãos, alcaide e meirinho da vila pudessem ter mais gados que os escrivães da Câmara e Almotaçaria.
Por alvará desta data se torna efectiva a pretensão apresentada pelos procuradores do Concelho às Cortes de Tomar, para que fosse reprimida a devastação nos matos, porque se perdiam assim as melhores rendas do município.
Mais uma vítima da tenebrosa Inquisição. No auto de fé que se realizou neste dia em Évora, foi queimada Violante Lopes, cristã-nova, mulher de Baltasar Chaves, mercador, natural de Castelo de Vide.
Perante o Tribunal da Santa Inquisição de Évora, apresenta-se Pedro Henriques, cristão-novo, de Castelo de Vide, casado com Violante Pinto, cristã-nova, de Monforte, a qual o instigou a ser judeu, como era seu irmão Garcia Mendes, já preso.
Nas cortes que se reuniram em Lisboa para juramento do Príncipe D. Filipe, como herdeiro de seu pai o rei D. Filipe I, de Portugal, segundo do nome em Castela, estiveram presentes, como procuradores de Castelo de Vide, António de Torres Manso e Fernão Vaz Vidal, cavaleiros fidalgos da Casa Real.
Morre, de morte natural, nos cárceres da Inquisição de Évora, Francisco Álvares, cristão-novo, natural de Castelo de Vide, que estava a cumprir pena de heresia, que confessara, pois vivia segundo a lei de Moisés.