Faz este documento parte das célebres "Memórias Paroquiais", arquivadas na Torre do Tombo, em 44 volumes manuscritos, com nome de "Diccionário Geográfico", e que integra as respostas dos párocos às 26 perguntas de um questionário que a cada um foi enviado. Do que escreveu o então Vigário de Santa Maria da Devesa, se respiga esta passagem, que nos dá uma ideia de como era a vida económica no concelho em meados do Século XVIII: " É excessiva no contracto de matar porcos gordos, que há ano que passa de sete mil porcos os que nela se matão na fega e chacinão e vão vender à Côrte. Há nela o trato e fábrica de panos, a saber: Saragoças verdes e azuis; para estas quatro tintes em que se lhe dá a dita cor de verde; terá setenta tiares em que se fazem os panos, que há ano que passão de seis mil panos os que se fabricão."Este Padre João Aires Baptista é o mesmo que em 1754 recebeu o cargo de Comissário do Santo Ofício. O Dr. P. M. Laranjo Coelho em "O Santo Ofício no Alto Alentejo" diz chamar-se João Baptista Aires, e nas "Memórias Paroquiais", que publicou em "O Castelovidense", refere-o como João Aires Baptista, pois era com este último nome que assinava os assentos paroquiais e portanto, também o mencionado questionário.