O Conselheiro Alfredo Carlos Le Cocq, prestigiado engenheiro agrónomo, com uma brilhante carreira em que se destaca o cargo de Director Geral da Agricultura falecera a 18 de Setembro de 1921, deixando usufrutuária dos bens que legava para este fim à Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide, sua viúva Maria Bebiana de Sousa Belford Le Cocq.

Com o falecimento desta Senhora em 29.11.1947 entrou então a Santa Casa na posse plena dos referidos bens e das inerentes obrigações: a criação e manutenção do Albergue João José Le Cocq.

Cerca das 15 horas reuniram-se junto à Câmara Municipal todos os convidados: autoridades civis e militares, Corporação dos Bombeiros Voluntários com estandarte, Casa do Povo também com o seu estandarte e Banda de Música, Asilos de Nossa Senhora da Esperança e Almeida Sarzedas, Sociedades Recreativas, Banda União Artística, Comissão Concelhia da União Nacional, Rev. Vigário Padre Albano da Costa Vaz Pinto, Liga de Acção Católica, representantes da Legião Portuguesa, Grémio da Lavoura, Caixa de Crédito Agrícola, funcionários públicos, etc.

À chegada do Governador Civil Dr. João Augusto Marchante, que vinha acompanhado pelo Dr. Martinho Le Cocq Azevedo Coutinho, presidente do Município de Portalegre, e Dr. João José Le Cocq Azevedo Coutinho, ambos familiares do instituidor do novo Albergue, realizou-se uma sessão de cumprimentos ao Governador Civil e demais entidades, no salão do tribunal (o tribunal funcionava então no edifício da Câmara Municipal). Falou o Presidente da Câmara António José Repenicado seguindo-se o agradecimento do Governador Civil.

Organizou-se então um cortejo em direcção ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia, local da sede, desta instituição, onde as entidades foram recebidas pela Mesa Administrativa.

Este órgão da Santa Casa era ao tempo integrado por: Manuel Rodrigues, provedor; Mateus Joaquim Forçado Quintans, tesoureiro; Eleutério Tavares Manso, secretário e João António Leitão, vogal.

O Provedor da Misericórdia, Manuel Rodrigues usou então da palavra apresentando os cumprimentos da Mesa, que o Governador Civil agradeceu.

O acto inaugural iniciou-se imediatamente, junto ao edifício da nova unidade assistencial, com as palavras proferidas pelo Presidente da Comissão Instaladora, João António Gordo de que também faziam parte António das Dores Massena e António Alves da Silva. Depois dos aplausos do grande número de pessoas que enchia por completo o largo, uma das albergadas ofereceu ao Governador Civil, em uma salva de prata com pétalas de rosa, a chave do edifício, segura por uma fita amarela oiro (cor da Bandeira do Município). Fizeram-se então ouvir as Bandas de Música e o vigário Padre Albano da Costa Vaz Pinto procedeu à bênção da nova instituição.

Numa das salas o provedor da Misericórdia leu o auto de inauguração, após o que o Dr. Martinho Le Cocq Azevedo Coutinho agradeceu em nome da família do instituidor. Encerrou este acto inaugural o Governador Civil.