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Fonte da Vila

Categoria: Arquitectura civil
Tipologia: Fonte
Localização: Largo Dr. José Frederico Laranjo
Freguesia: Santa Maria da Devesa
Protecção Legal: IIP Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 39 175, DG 77, de 17-04-1953); ZEP DG (II Série), n.º 72, de 26-03-1960
Nota Histórica: A Fonte da Vila situa-se sensivelmente ao centro do Largo Dr. José Frederico Laranjo, e constituiu o ponto gerador do sistema urbano radial (em blocos triangulares e em concha) que se observa nas cinco ruas em seu redor; uma das quais aberta na íngreme encosta do castelo onde se situava a Judiaria, nos séculos XIV e XV.

Este caminho, que ligava o Castelo à Fonte da Vila, ou à respectiva nascente que nessa época já era conhecida, foi crescendo progressivamente, ficando ladeado de casas " (...) que acabariam por formar a rua que dela tira o nome" (TRINDADE, 1979, p.80). Rua essa cujo prolongamento termina numa das saídas da Vila, o que leva a Dra. Carmen Balesteros a afirmar que " (...) no Largo funcionou outra estrutura de fecho (da Judiaria) que pode ter incluído no bairro a própria Fonte (...) " (BALESTEROS, OLIVEIRA, 1995, p. 105).

A edificação da Fonte da Vila, como a conhecemos hoje, deverá remontar ao reinado de D. João III. Ainda que no início do século XX haja memória da existência na Fonte de esferas armilares, entretanto desaparecidas (VIDEIRA, 1908, p.53), os elementos decorativos aproximam-se da linguagem de pendor classicista difundida no reinado de D. João III.

Por outro lado, a Fonte da Vila é um exemplo reconhecido de micro-arquitectura experimental que, no decorrer das primeira metade do século XVI, contribuiu para a difusão das regras da proporção e simetria e, em última análise, do classicismo.

De forma rectangular, a Fonte apresenta cobertura piramidal, sustentada por seis colunas de mármore. Ao centro do tanque ergue-se um bloco circular de secção elíptica, de onde saem as quatro bicas. É encimado por base de coluna com baixos relevos, rematada por florão em forma de pinha. 

A base da coluna apresenta, em duas faces opostas e esculpidas em baixo-relevo, uma figura em genuflexão com os braços abertos, cujos dedos das mãos passam para as outras faces, parecendo segurar os brasões aí representados: um escudo com as armas do concelho (castelo acompanhado por três ramos de videira entrelaçados e três folhas no franco-cantão, cantão e ponta; e em contra-chefe castelo diminuto); e um escudo do mesmo género, com as "Armas de Portugal" mas com as cinco quinas em aspa e bordadura carregada de sete castelos.

Deste monumento faz ainda parte um bebedouro, e um muro que envolve a Fonte e a delimita, acentuando e suportando os vários desníveis do pavimento.

Rosário Salema de Carvalho (texto IGESPAR, I.P.)


Outras descrições:
IHRU - Sistemas de Informação para o Património Arquitectónico - IPA n.º PT041205020012

Bibliografia:
- BALLESTEROS, Carmen; OLIVEIRA, Jorge - A Judiaria e a Sinagoga de Castelo de Vide. In IBN MARUÁN Revista Cultural do Concelho de Marvão. N.º 3, : Câmara Municipal de Marvão, 1993, pp. 123-152.

- TRINDADE, Diamantino Sanches - Subsídios para o estudo da Arqueologia Medieval. Lisboa : Assembleia Distrital de Portalegre, 1979.

- VIDEIRA, César - Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. Lisboa : Empresa da História de Portugal, 1908.

- VIDEIRA, César - Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. 2ª ed.,Lisboa : Colibri, 2008.

- VIDEIRA, César - Memória Histórica da Muito Notável Villa de Castello de Vide. 3ª ed., Lisboa : Colibri / CIDEHUS, 2008.


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