Lavrou o Rei D. Manuel I, em Évora, sentença pela qual resolve o pleito que pelos moradores lhe fora apresentado, com o pedido de vir a esta Vila de Castelo de Vide a que acedera no ano anterior. Dizia respeito ao relógio que o licenciado Rui da Gram mandara fazer e pretendia ficasse colocado na vila moderna em torre a construir na antiga Igreja de Sta. Maria. Queriam os do castelo, e não sem razão, que ele ficasse a dentro dos muros. El-Rei foi justo, e político equilibrado, determinando o colocassem "em cima na vila entre as portas dela, o que se fez". Ali se manteve, mas quando os da vila moderna houveram oportunidade o trouxeram, aí por 1600 e tal, para Santa Maria. Mais tarde, 1720, passou à torre que para tal foi construída à custa do povo e onde o vemos ainda hoje.

Era o primeiro relógio público que a vila possuía, ainda que já existissem alguns no reino desde D. João I. Séculos volvidos resolve a Câmara, em1932, pôr um relógio na torre da Ermida de Nª Sª da Alegria, no Castelo. Foi um pouco tarde satisfeita a aspiração de 1497.