Viúvo havia já alguns anos, e na situação de aposentado da função pública, veio a falecer nesta data, António Vicente Raposo Repenicado, terminando os seus dias na casa onde vivia há longos anos, no nº 3 da rua 5 de Outubro em Castelo de Vide. Contava 81 anos, pois nascera a 18 de Julho de 1891, em Castelo de Vide.

Filho de João António Repenicado e de Ana d’Anunciada Raposo Repenicado, casou em 9 de Abril de 1913, em Portalegre, com Maria Ester da Conceição Cassola, daquela cidade, de quem houve uma filha, Adelaide da Assumpção Cassola Raposo. Sua filha casou com Manuel Rolo da Gama Lobo Salema, em primeiras núpcias, e depois com Fausto Caldeira.

O seu arreigado bairrismo e a sua dedicação à história local e às coisas da sua terra, foram aspectos mais marcantes da sua vida e da sua personalidade. Sempre a par do que acontecia no mundo e no seu país, António Raposo, como vulgarmente era conhecido, participava interessadamente na política e na vida das Instituições da sua terra.

Durante longos anos da sua vida foi recolhendo e estudando metódica e pacientemente dados históricos respeitantes à terra que lhe foi berço. Publicou na imprensa regional muitos trabalhos referentes  à história de Castelo de Vide, a par de outros de carácter geral, alguns dos quais editados depois em separatas. Colaborou em quase toda a imprensa editada em Castelo de Vide, dirigindo o periódico “Folha do Leste”, de 16 de Março de 1930 até 1935.

Anteriormente fora já responsável com Alexandre Durão Cordeiro, como administrador e editor, pela publicação “Terra Mãe”, de curta vida. A partir de 14 de Julho de 1918 dirigiu com Francisco Borges Tristão o jornal “O Povo”, que naquele dia reapareceu na sua segunda série. Em separatas publicou: “Relação de sucessos históricos, notícias e acontecimentos políticos, administrativos, sociais e outros da notável vila de Castelo de Vide”; “Breve roteiro da notável Vila de Castelo de Vide”; “Da notável Vila de Castelo de Vide - apontamentos”; “Castelo de Vide nas letras e nas ciências”.

António Raposo Repenicado exerceu o cargo de conservador do Registo Civil e em 1959 também o de Conservador do Registo Predial.