Ao meio-dia reuniram-se no edifício da Câmara Municipal todas as entidades locais, administrativas, civis, religiosas e militares. A Câmara Municipal estava representada pelo seu Vice-Presidente, Padre Severino Dinis Porto, e pelos Vereadores José de Assunção Mimoso e António Marcelino Gordo. Representava a família de Mousinho Miguel de Sousa Pinto Mousinho da Silveira. Presentes também a "Filarmónica Frederico Laranjo" e a "Filarmónica União Artística".

Organizou-se então o cortejo, que levava à frente o Secretário da Câmara com o estandarte do Município, e que se dirigiu à Rua Mousinho da Silveira (antiga Rua do Arco da Barreira), para o descerramento do brasão da família de Mousinho da Silveira, esculpido na frente da casa que foi da família do insigne estadista. Ouviu-se então alternadamente pelas duas bandas o Hino da Carta, e o Vice-Presidente da Câmara Municipal convida Miguel de Sousa Pinto Mousinho da Silveira a descerrar o brasão que se achava coberto com a Bandeira Nacional.

O brasão dos Mousinhos é assim constituído: em campo azul uma banda de prata carregada de três muletas sanguinhas entre seis estrelas de ouro, três no canto alto e outras três no de baixo; timbre uma aspa de prata e nela carregada uma muleta do escudo.

Seguiram-se breves palavras pelo Padre Severino Dinis Porto em que afirmou: "Esta é a casa onde nasceu Mousinho da Silveira" (1), dando a palavra ao Dr. João Luís de Carvalho Cordeiro, que se referiu ao significado daquela manifestação e ao homenageado.

João António Gordo proferiu então um interessante discurso, após o que de novo se formou o cortejo para a Câmara, onde na sala das sessões se inaugurou o retrato do notável castelovidense, retrato que numa das paredes se encontrava velado com a bandeira do Município.

Presidiu o Padre Severino Dinis Porto, Vice-Presidente da edilidade, que dissertou sobre os serviços que Mousinho prestou à pátria.

Falaram em seguida Miguel dos Santos Soares, Mateus da Cruz Maniés e Francisco Maria Beliz, salientando a justiça da homenagem e a louvável iniciativa de quem a promoveu.

Ao encerrar a sessão, o Vice-Presidente da Câmara, em breves palavras, aludiu ainda às qualidades morais e de chefe de família do insigne castelovidense cuja memória naquele dia fora motivo de tão sincera manifestação.



(1) Ao tempo ainda se desconhecia não ter sido aquela a casa onde Mousinho da Silveira nascera, embora talvez ali tivesse vivido algum tempo da sua vida e onde habitaram familiares seus. Mousinho nasceu no então Rossio de Castelo de Vide, na casa que fica junto ao Hospital.