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27/1/1874

Na Amieira do Tejo, Nisa, nasce Tude Martins de Sousa. Regente Agrícola, a sua actividade desenvolveu-se nos domínios da agricultura, das florestas, dos sistemas prisionais, e ainda em estudos e trabalhos de história e etnografia, que publicou.


Na bonita vila de Amieira do Tejo, freguesia do concelho de Nisa, junto ao Tejo e na falda da Serra da Caraminheira, nasce nesta data Tude Martins de Sousa.

Sendo de família muito pobre, mas dando-se a feliz circunstância de sua mãe trabalhar em casa de D. Maria Amália da Silveira Maggessi, foi esta senhora que o protegeu e o mandou estudar para Castelo de Vide.

Maria Amália da Silveira Maggessi era filha de Francisco Maria Carrilho Saraiva do Amaral, natural de Amieira, e de Ana José Tavares Afonso Videira Maggessi, de Castelo de Vide, e viveu os últimos tempos da sua vida em Castelo de Vide, onde faleceu a 13 de Março de 1895, na sua casa da Rua de Santa Maria de Baixo.

O pequeno Tude, depois do exame da instrução primária, foi matriculado no Seminário de Portalegre, em 1884, que frequentou durante cerca de cinco anos, e donde saiu por lhe não ter sido reconhecida vocação para a vida sacerdotal, ou porque ele mesmo a não sentiria. Entrou então, em 1889, na Escola Agrícola de Coimbra, graças ao Dr. José Frederico Laranjo que, como aconteceu com outros estudantes, se interessou por ele. E em 1893 terminou, com alta classificação, o curso de Regente Agrícola.

Regressando a Castelo de Vide, e enquanto aguardava um emprego, não ficou inactivo. Espírito vivo, com grande talento para escrever e estudar, colaborou em alguns jornais de Portalegre.

Era então Governador Civil de Portalegre o Conselheiro António Xavier Perestrelo Corte Real, e graças a ele e a João Pedro da Silveira Maggessi, irmão de Maria Amália Maggessi, é colocado em 1895, como ecónomo, na Colónia Agrícola Correccional de vila Fernando, que iria começar a funcionar, onde se manteve até 1904, assumindo então, por nomeação, e por cerca de 11 anos, o cargo de Regente Florestal dos Serviços de Arborização da Serra do Gerez. Para esta nomeação contribuiu outro castelovidense, Alfredo Carlos Le Cocq, então Director Geral da Agricultura, que certamente reconheceu o valor de Tude de Sousa.

Em 1915 é nomeado director da Colónia Penal Agrícola António Macieira, e em 1919 dirige os Serviços Agrícolas da Administração e Inspecção-geral das Prisões, ficando-se-lhe devendo a remodelação da Escola Agrícola da Paiã, em 1929.

A sua actividade profissional desenvolveu-se nos domínios da agricultura, das florestas e dos sistemas prisionais, mas elaborou também estudos e trabalhos sobre história e etnografia. Membro da Associação dos Arqueólogos Portugueses e da Associação Central da Agricultura Portuguesa, escreveu e publicou numerosos trabalhos.

Foram muitas as publicações em que colaborou, como Portugália, Arqueologia e História, Terra Portuguesa, Ilustração Portuguesa, Portucale, Gazeta das Aldeias, O Lavrador, A Voz do Lavrador, Boletim Oficial do Ministério da Instrução Pública, “Buletin Internacional de la Protection de l'Enfance”, Brados do Alentejo, Estremadura, Arquivo Histórico de Portugal, Boletim do Instituto de Criminologia, etc.

Foi no jornal Brados do Alentejo, editado em Estremoz, que Tude de Sousa publicou "Os Maggessi de Portugal", de que se fez uma separata, obra que para Castelo de Vide tem particular interesse, visto tratar-se de uma família que aqui criou raízes e onde muitos dos seus membros nasceram ou viveram.

Da vasta série de obras publicadas, salientamos: A Tradição, o Valor e o Culto da Árvore, (palestra); A Serra, as Pastagens e os Gados (palestra); A Árvore na Escola Primária (conferência pedagógica); Árvores Florestais, sua cultura, exploração e aplicações.

Com 76 anos de idade, Tude Martins de Sousa faleceu na Amadora em 16 de Julho de 1950.


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