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10/12/1986

Ao cabo de alguns dias de internamento no hospital distrital de Portalegre, faleceu nesta data, com 79 anos de idade, naquele estabelecimento o médico Dr. Adolfo João Lahmeyer Bugalho, deixando viúva Ana de Lurdes Bugalho Pereira.


Não sendo natural de Castelo de Vide, pois nascera no Porto a 21 de Março de 1907, na freguesia do Bonfim, considerava se e era considerado como se de Castelo de Vide fosse. Era filho de Francisco José Bugalho, natural de Castelo de Vide e de Sofia de Sarmento Lahmeyer Bugalho, do Porto. Licenciou se em Medicina em 1933 na cidade de Lisboa. As suas férias, porém, eram passadas em Castelo de Vide, na quinta de seus pais, nas Fontainhas, a Quinta das Palmeiras. Nesta vila iniciou e exerceu, até se reformar, toda a sua actividade profissional, como médico do Partido Municipal, como Sub Delegado de Saúde, médico do Hospital de Santo Amaro da Santa Casa da Misericórdia, quer ainda como clínico da Casa do Povo, médico da CP Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, companhias seguradoras, etc..

Praticava a medicina com elevado sentido ético e profissional, deixando publicados na Revista Médica, em 1951, os trabalhos de investigação “Clínica da Higiene e Hidrologia", “Rickettsioses casos de ornitose", alguns casos de doença com reacção de Weill Feli positiva constatados no concelho de Castelo de Vide.

Mas não foi apenas como médico que Adolfo Bugalho se impôs. Pessoa de fácil e agradável convívio, vivia intensamente, com a sua familiar presença e disponibilidade, quer o quotidiano pulsar da sua vida local, quer os assuntos ou momentos mais relevantes, a que nunca negou a sua sempre empenhada colaboração.

Com grande habilidade para o desenho, manifestou o seu inegável talento artístico nas gravuras em madeira, que fazia para os semanários "O Castelovidense" e "Terra Alta", e que constituem uma interessante colecção.

Também pela escrita se evidenciou não só na colaboração abundante que publicou na imprensa local, no "Diário da Manhã", no "Jornal do Médico", etc..

Publicou também no periódico "Terra Alta" as peças de teatro "O Pregão" e "Sombra de um brilho", e na Editorial Império, em 1961, "Eu e o Meu Chapéu".

Fomentou ainda com entusiasmo e persistência o teatro amador em Castelo de Vide, onde deu assim continuidade a essa tradição da nossa cultura. Ainda arranjava tempo, porque talento não lhe faltava, para se dedicar à pintura. Desde os cenários das peças que eram representadas em Castelo de Vide, que concebia e executava, até à pintura de quadros, em que ocupava os seus ócios, se ócios chegavam a ser. A pedido do Cónego Albano Vaz Pinto, vigário de Castelo de Vide, pintou para a capela-mor da Igreja Matriz da vila seis quadros, podendo ver se, do lado da Epístola: a Conversão de São Paulo, Cristo na Cruz rodeado pelos símbolos dos Quatro Evangelhos, os Sacramentos e a Assunção de Nossa Senhora; e do lado do Evangelho, uma representação dos Dez Mandamentos e a Anunciação de Nossa Senhora. Em 2 de Junho de 1943, na capela particular da casa dos pais da noiva, casou com Ana de Lurdes Bugalho Pereira, filha de Vitória da Conceição Bugalho Pereira e de Carlos Pereira. No acto, celebrado pelo Padre António Lopes Laranjo, outorgaram como testemunhas seu irmão, o Dr. Francisco Lahmeyer Bugalho e o pai da noiva. Deixou uma filha, Isabel Maria Pereira Bugalho.


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