A referida sugestão inclui um ponderado preâmbulo que, pela sua extensão, não é possível reproduzir aqui, e em que tece várias considerações, parte das quais ainda hoje se mantêm com oportunidade. Dele se transcreve apenas o primeiro período:

"A Biblioteca Municipal de Castelo de Vide, valioso repositório de livros que a generosidade inteligente de alguns dos filhos mais ilustres desta terra e os seus amigos dedicados, legaram à Câmara, é, desde a sua primeira hora, um motivo de inquietação pelo deslustre que traz a Castelo de Vide com as suas instalações precárias, numa inutilidade que nos envergonha e em perigo de se dispersar por falta de uma organização qualquer".

Em seis alíneas propõe, além da instalação da Biblioteca em determinadas divisões do edifício da Câmara Municipal, algumas normas para o seu funcionamento e, como uma actividade circum-bibliotecária a promover: "(...) um plano de conferências a realizar no salão da Biblioteca, de forma a esclarecer as classes menos cultas sobre os vários assuntos de interesse colectivo. Este plano de conferências deve ser elaborado de maneira a que as mesmas se realizem em dias certos, dando-lhes o aspecto de lições periódicas.

Não se diga que não temos conferentes, em número e qualidade, capazes de manter estes cursos livres, seis meses no ano, com uma ou duas lições por mês, numa terra que tem, felizmente, tantos filhos com o seu nome feito nas letras, nas artes e nas ciências e amigos dedicados que são autênticos valores no País, sem contar com os modestos conhecimentos de alguns que aqui vivem (...)"

A proposta foi devidamente apreciada e aprovada por unanimidade.