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16/7/1950

Com 76 anos de idade, e depois de uma vida de intenso labor, faleceu na Amadora, onde residia, Tude Martins de Sousa. Publicou várias obras, entre as quais “Os Maggessi de Portugal”.


Natural da Amieira do Tejo, no Concelho de Nisa, e de família de poucos meios, veio ainda muito novo para Castelo de Vide. Maria Amália da Silveira Maggessi, em casa de quem trabalhava a mãe do pequeno Tude, interessou-se por ele e proporcionou-lhe que viesse e prosseguisse os estudos.

Maria Amália da Silveira Maggessi era filha de Francisco Maria Carrilho Saraiva do Amaral, natural de Amieira, e de Ana José Tavares Afonso Videira Maggessi, de Castelo de Vide, viveu os últimos tempos da sua vida em Castelo de Vide, na sua casa da Rua de Santa Maria de Baixo, onde faleceu em 13 de Março de 1895.

Tude de Sousa, depois de feita a instrução primária em Castelo de Vide, foi matriculado no Seminário de Portalegre, com 10 anos de idade, que frequentou durante cerca de cinco anos. Mas certamente por não sentir vocação para a vida sacerdotal, em 1889 passou à Escola Agrícola de Coimbra, graças ao interesse que por ele mostrou o Dr. José Frederico Laranjo, e com alta classificação, em 1893 terminava o curso de Regente Agrícola.

Mas o emprego não veio logo e, enquanto o aguardava, o novo regente agrícola, com os seus 19 anos, regressou a Castelo de Vide, onde com a sua viva inteligência e o gosto e talento para escrever, se dedicou à leitura e a colaborar com artigos em jornais de Portalegre.

Cerca de dois anos depois, sendo Governador Civil de Portalegre o Conselheiro António Xavier Perestrelo Corte Real, e graças à intervenção nesse sentido de João Pedro da Silveira Maggessi, irmão de Maria Amália Maggessi, então já falecida, é colocado em 1895, como ecónomo, na Colónia Agrícola Correccional de Vila Fernando, que iria começar a funcionar. Aí se manteve até 1904, assumindo então, por nomeação, e por cerca de 11 anos, o cargo de Regente Florestal dos Serviços de Arborização da Serra do Gerez. Para esta nomeação contribuiu outro castelovidense, Alfredo Carlos Le Cocq, ao tempo Director Geral da Agricultura, que por certo reconheceu o seu valor para o desempenho daquele cargo.

Em 1915 é nomeado director da Colónia Penal Agrícola António Macieira, e em 1919 dirige os Serviços Agrícolas da Administração e Inspecção Geral das Prisões, ficando-se-lhe devendo a remodelação da Escola Agrícola da Paiã, em 1929.

Foi no âmbito da agricultura, das florestas e dos sistemas prisionais, que a sua actividade profissional se exerceu, mas escreveu também estudos e trabalhos sobre história e etnografia.  
Membro da Associação dos Arqueólogos Portugueses e da Associação Central da Agricultura Portuguesa, publicou numerosos trabalhos.

Colaborou em diversas publicações, como Portugália, Arqueologia e História, Terra Portuguesa, Ilustração Portuguesa, Portucale, Gazeta das Aldeias, O Lavrador, A Voz do Lavrador, Boletim Oficial do Ministério da Instrução Pública, Boletim Internacional de la Protection de l'Enfance, Brados do Alentejo, Estremadura, Arquivo Histórico de Portugal, Boletim do Instituto de Criminologia, etc.

No jornal Brados do Alentejo, editado em Estremoz, publicou Tude de Sousa uma obra que para Castelo de Vide representa acrescido interesse, "Os Maggessi de Portugal", de que se fez uma separata.

Pois, como é sabido, a família Maggessi era da sua especial afeição e fixara-se em Castelo de Vide na segunda metade do século XVIII, onde muitos dos seus membros nasceram ou viveram. 
Das obras publicadas por Tude M. de Sousa, salientamos: A Tradição, o Valor e o Culto da Árvore, (palestra); A Serra, As Pastagens e os Gados (palestra); A Árvore na Escola Primária (conferência pedagógica); Árvores Florestais, Sua cultura, Exploração e Aplicações.

Tude Martins de Sousa nascera no Concelho de Nisa, na bonita vila de Amieira do Tejo, em 27 de Janeiro de 1874 e à terra natal dedicou também alguns dos seus estudos.


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