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António Alves de Sousa (1833-1921)

O facultativo Dr. António Alves de Sousa viveu e trabalhou bastantes anos em Castelo de Vide. Foi médico do hospital da Misericórdia a partir de 1863. 

Nasceu na Freguesia da Madalena, Montemor-o-Velho no dia 25 de Fevereiro de 1833, filho de José Alves de Sousa e Maria … Negrão, naturais de Montemor-o-Velho.

Formou-se em Medicina e Filosofia na Universidade de Coimbra e, como ficou dito, foi médico do Hospital da Misericórdia de Castelo de Vide a partir de 1863, mas também do partido médico municipal, igualmente desta vila, lugares que obteve por concurso público.

Casou com grande solenidade na Capela do Paço Episcopal de Coimbra, em 30 de Agosto de 1860, com Antónia Teresa Cândida de Lemos, natural da freguesia de Troviscoso, do Concelho de Monção, de quem houve dois filhos, Luís Alves de Sousa Lemos e Lucinda Alves de Sousa Lemos. Foram padrinhos do seu casamento: Maria do Cloreto Cabral Pereira de Menezes e o marido José Maria de Abreu, do Conselho de s. m., Director Geral de Instituição Pública, lente catedrático da Faculdade de Filosofia, Dr. Francisco Ferreira de Carvalho, lente jubilado da Faculdade de Direito , e o bacharel Joaquim Alves de Sousa.

Tomou parte muito activa na vida social em Castelo de Vide, que muito estimava e onde gozava de grande consideração, chegando a ter o seu retrato na sala das sessões da Câmara Municipal, e o seu nome num dos largos da Vila, o tradicionalmente chamado do Montorinho. Foi neste largo que morou e onde lhe nasceu um dos filhos, o Luís, em 14 de Julho de 1864 e baptizado a 26 de Agosto desse ano.

Escreveu "Memória de Hidrofobia Rábica" - Coimbra, Imprensa da Universidade, 1867. Esse livro inclui a propósito um episódio passado em Castelo de Vide a que deu o nome de "A Loba Danada", e que vem transcrito in "Terra Alta - Antologia de castelo de Vide, 1935.

Desempenhou, certamente entre outros, o cargo de presidente da Junta de Paróquia das Freguesias de São Tiago e de São João Baptista deste concelho.

Teve uma questão com um seu colega no Hospital da Misericórdia, o Dr. José Rodrigues Amado, e nos fins da década de 1870 também com a administração da Misericórdia, com a qual aquele outro clínico também já houvera tido, questões estas que não afectaram o seu prestígio como médico e como cidadão. Este diferendo com a Misericórdia motivou um opúsculo intitulado "Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide e o seu Facultativo António Alves de Sousa" - Coimbra, Imprensa Litterária- 1880. 

Viveu e trabalhou depois em Portalegre, onde continuou gozando de grande reputação pela forma generosa e humanitária com que se dedicava aos seus doentes.

Faleceu naquela cidade, onde deixou descendência, a 26 de Abril de 1921, com 88 anos. A viúva morreu poucos anos depois, também na cidade de Portalegre. 

Em 1925 Portalegre erigiu num dos largos da cidade o busto do Dr. Alves de Sousa, que ficou a recordar o homem bom que ele tinha sido, e em cuja inauguração participou a Banda União Artística de Castelo de Vide, que à noite deu um concerto no coreto da Avenida.   

Diogo Salema Cordeiro


Bibliografia :
- A Santa Casa da Misericordia de Castello de Vide e o seu facultativo Antonio Alves de Sousa. Coimbra : Imprensa Litteraria, 1880.

- SOUSA, António Alves de - Memoria sobre a Hydrophobia Rabica. Coimbra : Imprensa da Universidade, 1867.

- SOUSA, António Alves de - Da Monomania, Dissertação de Concurso. Porto : Typographia de António José da Silva Teixeira, 1869.


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