São João de Brito descendia de pessoas de Castelo de Vide, pelo seu lado materno, e esta circunstância leva-nos a recordar essa extraordinária figura, a propósito do casamento dos seus pais, que se realizou nesta data, bem perto de Castelo de Vide.

Foi assim que perante o Deão Provisor da Sé de Portalegre, Rev. Dionísio Pousadas de Brito, compareceram na Sé daquela cidade Fernão Rodrigues de Brito, como procurador do noivo, seu irmão, Salvador de Brito Pereira, filho de Cristóvão de Brito Pereira e de Luísa de Brito, e a noiva, Brites Pereira da Fonseca, filha de Fernão Tavares Falcão e de Maria da Fonseca, e se realizou assim naquele templo, e neste dia, a cerimónia deste matrimónio.

Salvador de Brito Pereira, Alcaide-Mor de Alter do Chão, Comendador de Nossa Senhora da Graça de Monforte, era Trinchante-Mor do 8º Duque de Bragança, o futuro Rei D. João IV, havendo por isso uma ligação da sua família à Casa de Bragança, ligação que aliás já vinha de longe e se continuou com ele. Acompanharam assim a família Bragança no importante momento em que sobe ao trono de Portugal. Foi até Salvador de Brito Pereira, dada a sua ligação familiar a Portalegre, que em 1640 promoveu naquela cidade a aclamação de D. João IV.

O casal teve quatro filhos, Cristóvão, Fernão, Luísa e João, este, o mais novo, nasceu em Lisboa, em 1 de Março de 1647. Os irmãos nasceram em Portalegre e em Vila Viçosa. Cristóvão, o mais velho, foi Capitão de Cavalos da Guarda do Conde de Vila Flor, falecendo nesse posto, em combate, na Batalha do Ameixial em 1673. Fernão foi Alcaide-mor de Alter do Chão e Comendador de Santa Maria de Monforte, onde recebeu a visita de seu irmão João, antes de este regressar à Índia, falecendo nesta vila em 1699. Luísa casou com D. João de la Queva e Mendonça, de Santarém, de quem ainda há descendência directa.

Salvador de Brito Pereira foi também Governador do Rio de Janeiro desde 1649 a 1651, ano em que faleceu. Sua mulher, quando da partida do marido para o Brasil, veio para Portalegre, onde passou os últimos anos da sua vida, residindo, muito provavelmente na Rua do Cadafaz, hoje Rua Benvindo Ceia, numa casa conhecida pela casa dos Tavares Falcões. Ali faleceu em 1695, ficando sepultada na Igreja da Misericórdia daquela cidade.

São João de Brito tem o seu dia festivo a 4 de Fevereiro, dia do seu falecimento na Índia, quando contava quase 46 anos completos.