Com os salões da Misericórdia, na Rua de Santo Amaro, completamente cheios, realizou-se uma noite de fados com Amália Rodrigues. Era grande a expectativa e já na Carreira de Cima e Rua de Santo Amaro muita gente se juntou para aplaudir Amália à sua passagem. Tratava-se de uma festa a favor da Santa Casa da Misericórdia como outras já levadas a efeito em 1959 e 1960. Foi memorável a noite desse Sábado. Amália Rodrigues foi recebida de pé, por todos quanto enchiam os salões do velho edifício da Rua de Santo Amaro. Antes tinha agradecido os aplausos de quem na rua se aglomerava. Vestida de negro a artista subiu ao estrado onde cantou os principais números do seu reportório, sempre muito aplaudida. A dada altura da sua actuação pediu uma salva de palmas para o autor da decoração das salas, António Ventura Porfírio.

No fim foi-lhe oferecida pelos organizadores da festa uma pequena, mas valiosa e antiga escultura religiosa entregue pelo Provedor da Misericórdia Dr. Mário Tomás da Costa Roque, que em breves palavras agradeceu a Amália Rodrigues. Numa sala do piso inferior expressamente preparada para o efeito, Amália Rodrigues permaneceu ainda, por algum tempo, descansando e conversando com um pequeno número de pessoas.

No programa via-se uma gravura da autoria de Adolfo Bugalho com uma expressiva caricatura de Amália.