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8/2/1963

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com 78 anos incompletos, morre Manuel Marcos Canário, de Castelo de Vide, que foi casado com Sofia do Bonsucesso Ferreira. Diplomado pela Escola de Ensino Normal de Lisboa, era pai do médico Dr. Amadeu Canário.


No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e contando 78 anos incompletos, morre Manuel Marcos Canário, que foi casado com Sofia do Bonsucesso Ferreira, e era pai do médico Dr. Amadeu Ferreira Canário e de duas filhas que, ainda muito novas, haviam já falecido.

Era o avô paterno do Dr. Manuel Pinto Ferreira Canário e de Joaquim Pinto Ferreira Canário, e bisavô de Maria Sofia e Paulo Nuno Domingos Ferreira Canário, e de Filipe e Ana Rita Morais Ferreira Canário. O Professor Canário, como habitualmente assim o tratavam, era filho de Pedro d'Assunção Canário e de Ludovina Amália de Carvalho Canário, neto paterno de João Marcos Canário e de Maria Severina Mousinho da Silveira, e materno de António Amaro e de Ana Rita de Carvalho, e nascera a 24 de Junho de 1885, na Rua de São Pedro, Freguesia de São Tiago Maior, em Castelo de Vide.

Personalidade um tanto austera e reservada, o Professor Canário destacou-se na vida pelo seu carácter, pelo exercício da profissão e pelo trato e consideração de que gozava na sua terra.

Em 1903 é diplomado pela Escola de Ensino Normal de Lisboa com a classificação de 18 valores. Tinha então apenas 18 anos de idade. Colocado, em 4 de Fevereiro de 1904, como professor primário em Alcorochel, concelho de Torres Novas, começou então a exercer a profissão, passando depois, em 1911, a 22 de Abril, à vizinha povoação de Alagoa, no concelho de Portalegre. Foi por pouco tempo que esteve nesta localidade, pois logo no ano seguinte, por nomeação de 16 de Fevereiro, é colocado em Castelo de Vide, onde, de tantos alunos que passaram pela sua aula, muitos ficaram recordando pela vida fora o seu mestre. Desde então aqui se fixou, desfrutando, como cidadão e como professor, de grande prestígio entre os seus patrícios.

Por Despacho de 13 de Julho de 1935 é colocado na inactividade, por motivos políticos. Tinha então 50 anos de idade e nessa situação se manteve até se aposentar em 25 de Maio de 1942.

Em Julho de 1960 recebe uma homenagem de um numeroso grupo de antigos alunos seus da Instrução Primária, que lhe ofereceram um jantar no Hotel das Águas, homenagem que um documento, assinado por todos os presentes, ficou registando.

No dia 10 de Junho do ano seguinte é agraciado pelo Presidente da República com a Ordem da Instrução Pública, condecoração que tradicionalmente vinha sendo concedida aos que, pelos seus méritos, se distinguiam entre os professores de Instrução Primária.

Uma vez afastado do exercício da profissão, e como conhecedor que era das coisas da vida agrícola, actividade que fora a de seus pais, interessou-se por alguns aspectos relacionados com a vida do campo trabalhando como perito avaliador, em que a sua competência e probidade foi sempre reconhecida.


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