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6/2/1896

Faz-se a inauguração solene das Oficinas do Asilo de Cegos de Nossa Senhora da Esperança, na vila de Castelo de Vide, instituído por João Diogo Juzarte de Sequeira Sameiro, no ano de 1863.


Com a direcção composta pelo Dr. Aniceto de Oliveira Xavier, presidente, Dr. António José Ferreira da Trindade, secretário, José de Assunção Mimoso, tesoureiro, e António José Repenicado e Henrique do Carmo Gonçalves, vogais, atinge esta instituição uma importante fase da sua existência. Funcionava como asilo-escola, onde a educação dos deficientes visuais incluía diversos trabalhos oficinais, que lhes poderia proporcionar no futuro uma ocupação remunerada.

A inauguração a que se procedeu neste dia era precisamente a das oficinas, numas instalações que para o efeito foram construídas junto ao velho Convento de São Francisco.

Cerca das 2 horas reuniram-se com a Direcção todos os convidados, procedendo-se então ao descerramento da lápide com o nome das oficinas, denominadas Oficinas Branco Rodrigues, pois fora este professor, que em Portugal tanto se dedicava à causa da educação dos cegos, quem tinha sido o impulsionador desta iniciativa e par a qual contribuíra com o produto da venda da publicação que dirigia, o "Jornal dos Cegos".

Usaram da palavra o Dr. Aniceto de Oliveira Xavier, ao descobrir a lápide, seguindo-se o Prof. José Cândido Branco Rodrigues, que historiou o ensino dos cegos no mundo, e ainda os vogais António Repenicado e José de Assunção Mimoso.

Já no interior das oficinas, falou o Padre Severino Dinis Porto, regente da instituição e nela professor, um dos principais e esclarecidos obreiros de todo o trabalho que naquele estabelecimento se vinha desenvolvendo. Ali ensinava aos cegos francês, português, aritmética, geometria e história, e levara já a exame de instrução primária, no Liceu de Portalegre, alguns dos seus alunos.

Pediu ainda a palavra um dos convidados, Caetano Alberto, Director da revista "O Occidente", que, emocionado com as palavras do Padre Severino Porto e com o que via, disse não poder ficar calado.

Seguiu-se a apreciação do trabalho dos rapazes cegos no fabrico das canastras e cestinhos de mão, em que a matéria-prima principal era a madeira de castanho das castinceiras, naquela época tão abundante na região.

Foi grande o número dos convidados e público que assistiu a este dia de festa para o Asilo dos Cegos e para Castelo de Vide.


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