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30/12/1889

Sob a presidência de João Severiano Carrilho Belo, Vice-Presidente da Câmara Municipal, reúne em sessão ordinária, a Edilidade, em fim de mandato que, segundo as palavras do seu Vice-Presidente, "termina de maneira bem oposta à forma auspiciosa com que se iniciara".


Era então Presidente da Câmara, mas afastado dessas funções, por motivo de doença, desde 10 de Agosto desse ano, o Dr. César Augusto de Faria Videira.

João Severiano Carrilho Belo, Vice-Presidente em exercício, lamenta então o abandono a que o votaram na gerência dos negócios camarários. É que os restantes vereadores deixaram também de comparecer às sessões e de dar a sua colaboração.

Estava em curso a importante obra de trazer para a vila a água explorada na Fazenda do Cano, e que iria pôr a correr duas fontes: a do Montorinho e a do Largo de Santa Maria (assim se chamava na altura este largo, hoje denominado Largo Capitão Salgueiro Maia).

Mas o empreendimento nesta data estava felizmente concluído, embora com grande sobrecarga de trabalho para o Vice-Presidente em exercício, como ele próprio refere, e em que apenas contou com a colaboração do vereador substituto António José de Carvalho.

Além da grande utilidade pública das mencionadas fontes, o melhoramento beneficiou ainda a Santa Casa da Misericórdia, no seu hospital, e o Asilo de Nossa Senhora da Esperança, entidades que, para o efeito, em 24 de Março desse ano haviam estabelecido com a Câmara um acordo e que neste dia celebraram as escrituras definitivas. A Misericórdia contribuiu para a obra com um conto de reis e o Asilo com um conto e quinhentos mil reis, ficando assim a ser abastecidas de água canalizada.

O caudal era de 300 metros cúbicos nas 24 horas e a obra custou nove contos cento e trinta e cinco mil reis. O Governo deu quatro contos e a Câmara Municipal despendeu dois contos seiscentos e trinta e cinco mil reis, importância obtida com a venda de inscrições, que se previa virem a ser repostas com a venda da Fazenda do Cano e a das sobras das águas das fontes.

Os trabalhos estavam portanto terminados. A água corria já nos canos e nas bicas. Faltava a competente inauguração. Mas à quase desfeita edilidade escasseou já para isso o ânimo e o tempo.


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